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O FIM DO DINHEIRO - parte 2

  • pedropocas-nazunia
  • 10 de dez. de 2020
  • 15 min de leitura


A LINHA DA CABALA



Em um aspecto estou em pleno acordo com a linha da Cabala - a sobrevivência do planeta Terra dependerá totalmente de uma sociedade sem dinheiro. A diferença é que eu acredito que isso poderá ser introduzido paulatinamente num contexto de revelações tecnológicas e culturais de forma gradual ao longo dos próximos 30 anos, enquanto os "Iluminados" pretendem implementar essa filosofia o mais rápido possível por métodos repressivos onde o livre-arbítrio humano será condenado à extinção.


Em relação àqueles que glorificam o dinheiro e acham que estas ideias são disparatadas, deveriam pelo menos concordar que esse cenário hoje já não é assim tão utópico. As pessoas conseguem fazer quase todas as transacções comerciais através de cartões e dos telemóveis, portanto, o dinheiro pode-se tornar virtual a partir do momento em que as instituições políticas e financeiras assim o decidirem. E no meu entender já existem condições técnicas para colocar esses planos em prática. Mas eles só ainda não o fizeram porque isso requer também uma transformação social de proporções gigantescas que a maioria dos 8 biliões de pessoas não conseguiria aceitar .

A situação é que na agenda das elites, tornar o mundo financeiro digitalizado, implicará a necessidade de um controlo ditatorial a todos os níveis para que este tipo de sociedade possa funcionar; e aí surgem vários pontos de reflexão:


1 - o problema não é o dinheiro físico evaporar-se de um momento para o outro. É antes fazer com que biliões de seres humanos aceitem a igualdade salarial em sistema de créditos, serem obrigatoriamente rastreados 24 horas com algum tipo de dispositivo electrónico, perderem o direito à propriedade privada (habitação, terrenos, lojas...) e outras leis bem rígidas.


2 - outro ponto sensível será a problemática dos idosos, enfermos e pessoas com deficiências físicas ou mentais. No mundo dos elitistas, esta classe de pessoas será considerada inútil, ou seja, um entrave ao bom funcionamento da sociedade. E nesse sentido haverá com certeza centros de detenção ou campos de concentração onde estes grupos serão colocados. E na ideia dos "Iluminados" esses mecanismos serão perfeitamente válidos porque eles darão primazia aos valores do colectivo em detrimento dos individuais. Significa que a necessidade de os isolar será vista como um bem para não "contaminar" as populações saudáveis - tanto a nível material como psicológico; exactamente como a doutrina nazi. O que seria grotesco para qualquer indíviduo com o mínimo de empatia com o seu semelhante, será algo imposto de forma implacável pela força racional do Estado.


Então logicamente dá para entender que apenas por estes dois factores, uma Nova Ordem Mundial sem dinheiro não possa ser simplesmente inaugurada por meras decisões políticas - isso geraria revoltas sociais por todo o planeta.

Esse foi o principal motivo de ter-se lançado uma pandemia na sociedade: com o intuito de quebrar a saúde física e psicológica do ser humano enquanto a economia entra em colapso irreversível. A ideia básica é que em meados de 2021 estejamos tão desesperados e exaustos a ansiar que este pesadelo acabe, que aceitaremos qualquer solução que nos seja apresentada; desse modo, serão as próprias pessoas a implorar pela Nova Ordem Mundial. Claro que no início poderão não ter logo a noção completa do que irá acontecer mas...mas muito brevemente, aos poucos, irão se aperceber que essa escolha terrível determinará a "morte" das suas almas.



A LINHA DA CONSCIÊNCIA



Em outra linha de tempo mais positiva, que eu ainda acredito ser possível, o dinheiro como o conhecemos também terá os dias contados. Mas não é de um momento para o outro como deseja a Cabala num "Grande Reinício". Mas através da expansão da nossa consciência que daria um salto tremendo após um grande evento de divulgação planetário que envolveria três factores fulcrais que só por si já mudariam o curso da nossa história:


1 - expor os membros do Estado Profundo/Cabala/Elites/Iluminados e encarcerá-los em prisões de alta segurança.


2 - divulgação das tecnologias que estão a ser neste momento suprimidas por grandes corporações e governos.


3 - revelação à Humanidade sobre a verdade das nossas origens em relação com seres extraterrestres.


Muitos poderão dar aqui umas valentes gargalhadas, ou porque acham que isso é tudo devaneios, ou porque não conseguem conceber que isso possa acontecer de facto.

Bem, o que eu posso dizer é que tenho a certeza absoluta que esses três factores são reais - a Cabala, as tecnologias suprimidas e as culturas ancestrais alienígenas. O que não posso garantir é se isso será 100% revelado ao público. Eu acredito que é uma forte possibilidade em oposição à linha de tempo que os "Iluminados" nos querem impor, e se isso vier a acontecer veremos os sinais já nos próximos anos.


Considerando que haverá mesmo um evento de divulgação dessa natureza, será muito mais fácil começar a formatar nas nossas mentes a viabilidade de vivermos numa comunidade planetária sem dinheiro; vamos agora reflectir um pouco na natureza e propósito do dinheiro físico...


Hoje em dia encaramos o dinheiro como se fosse uma espécie de divindade mas num passado distante não era assim. Os nossos antepassados, antes de inventarem o dinheiro, já existiam. Portanto, não é o dinheiro que determina a existência do ser humano ou mesmo a estrutura de uma sociedade organizada.

Pensemos um pouco: o normal nas relações comerciais entre uma comunidade ou sociedade é haver trocas entre bens. Um pequeno exemplo é imaginando alguém que tem cabras e produz queijo ou leite. Essa pessoa não terá tempo de se dedicar ao fabrico de sapatos. Desse modo, de tempos a tempos dirige-se ao sapateiro e troca alguns litros de leite pelo calçado de que necessita.

Poderia citar milhares exemplos semelhantes mas a lógica é sempre a mesma: trocar bens entre os membros da comunidade de maneira a que todos saiam beneficiados.

Porém, houve algum momento na história da Humanidade em que alguém se lembrou de arranjar um substituto que fosse representativo de um certo bem. E assim se começou a dar valor a um mero papel - foi aqui que começou o problema e o início da grande fraude onde todos agora estamos envolvidos. Porque a verdade é que vivemos numa economia sem qualquer base real. As notas e moedas que são fabricadas para depois serem injectadas nos bancos e economias não têm qualquer correspondência com a realidade. Mas ninguém quer saber disso porque é tudo uma questão de números e confiança...já reparou que a palavra mais usada pelos bancários, políticos e bancários é "Confiança". É assim porque eles precisam que as pessoas confiem no Sistema Bancário para salvaguardar a integridade do Sistema Monetário/Financeiro.


A "Confiança" tornou-se de tal ordem tão importante que já nem é preciso sequer vermos o dinheiro com os nossos próprios olhos. Significa que apenas precisamos acreditar que o nosso dinheiro está lá metido nos cofres - mas será que está?...Eu garanto-lhe que não. Pode conseguir levantar quantidades diminutas para os gastos diários porque os bancos são obrigados a disponibilizá-lo. Mas se porventura quiser levantar um bolo de 5 mil euros da poupança, duvido que consiga. Só para você ter uma ideia, há coisa de uns 10 anos atrás tentei levantar uma certa quantia (nem era nada de especial) em dinheiro e a moça da caixa ficou meio embaraçada chamando de imediato o seu supervisor. Pareceu-me que foi pedir alguma autorização especial e depois de algumas burocracias lá me deram o dinheiro. Mas houve um constrangimento por parte do banco.

Essa situação fez-me perceber aquilo que sempre desconfiei - os bancos têm muito pouco dinheiro vivo e detestam que as pessoas o tirem de lá. O estratagema do banco é movimentarem números e para que esse jogo se perpetue necessitam da "Confiança cega" dos cidadãos.

Nós de facto vivemos sob o jugo de um sistema altamente fraudulento mas como está alastrado em todas as sociedades no fenómeno da Economia Mundial, normalizou-se nas nossas vidas e todos estamos dependentes dele. Digamos que um crime quando atinge determinadas proporções deixa de ser visto como crime.

Gostaria que considerasse o seguinte: imagine que vivia naquele tempo sem dinheiro e era você o sapateiro. Um dia lhe batia à porta um suposto criador de cabras com o intuito de lhe pedir três pares de sapatos. Mas há um senão. Ele não lhe trás o bidão de leite e apresenta-lhe antes um papel com a figura de um bidão de 25 litros dizendo que mais tarde você poderá lá ir levantar o leite - você vai confiar naquele papel e lhe ceder os pares de sapatos?...Provavelmente não. Você tem primeiro de saber se ele é de facto um criador de cabras, e depois saber se o leite existe. A "confiança" é uma palavra muito bonita mas no mundo real não se pode aplicar de modo leviano; naqueles tempos longínquos se esse artista viesse com um papel a querer fazer negócio consigo, o mais certo era você lhe dar um pontapé no rabo. O ser humano nesse tempo não era tão idiota como é hoje. Ele exigiria ver o leite com os seus olhos para fazer a troca.

Todavia, algo de espantoso deve ter acontecido no passado para que permitíssemos substituir os bens por notas imprimidas. Alguém muito inteligente deve ter concebido um esquema de tal modo eficiente que nos enganou a todos.


O PARADIGMA DA "EVOLUÇÃO"



Tenho perfeita noção que a maior parte dos meus compatriotas humanos pensa que o dinheiro em espécie está associado à evolução do ser humano e acreditam que foi mesmo uma das maiores revoluções da nossa história que possibilitou que as sociedades se organizassem melhor; neste ponto vou-vos dizer uma coisa com muita frontalidade: a criação do dinheiro físico foi o maior embuste alguma vez arquitectado contra a espécie humana. Não tem absolutamente nada a ver com evolução. Pode ter possibilitado um determinado tipo de organização. Mas "Evolução" nem pensar nisso. O que se passa é que o ser humano deste planeta não tem noção do que é "Evolução" no verdadeiro sentido da palavra porque já convive há demasiado tempo com o dinheiro.

Séculos e séculos a usar papel fizeram com que o dinheiro ficasse relacionado com o paradigma da "Evolução" e a verdade é que a maior parte das pessoas ficou viciada no dinheiro. Ambiciona ter mais que o seu vizinho e não consegue simplesmente equacionar como poderá uma sociedade subsistir sem ele - é portanto um paradigma que ficou entranhado nas nossas psiques.


De qualquer forma, irei explicar nas próximas linhas que o dinheiro não só é um mecanismo impeditivo para que evoluamos espiritualmente, mas também trava a própria evolução da sociedade a vários níveis. Essencialmente, trata-se de uma estrutura anti-crística desenhada inteligentemente por forças obscuras que tencionam boicotar o nosso desenvolvimento material e espiritual com a única finalidade de nos escravizar. Daí acreditar piamente que nos confins do Universo não haverá um único mundo civilizado e evoluído que use o dinheiro. Se porventura existirem planetas com vida consciente a praticar o tipo de economia que temos aqui, só poderão estar submetidos a um sistema de escravidão semelhante.

Se você caro leitor é daqueles que vive no sonho embriagante em que o dinheiro é a melhor coisa das nossas vidas, prepare-se! Ou pare de ler neste momento ou "aperte os cintos" porque irei destruir agora esse sonho sem dó nem piedade.



DESTRUINDO O SONHO (ILUSÃO)


PORQUE A NOSSA EVOLUÇÃO ESTÁ ENCALHADA?



Existe uma infinidade de evidências na nossa sociedade que respondem a essa pergunta. Mas primeiro é imprescindível que se esforce para ter sempre em mente um cenário de inexistência do dinheiro como termo de comparação ao nosso sistema actual. Assim como a possibilidade de existirem tecnologias exóticas ocultas da Humanidade.


Uma das coisas que gostaria que entendesse antes de tudo, é que o nosso Sistema Monetário requer uma quantidade imensurável de energia que não serve absolutamente para nada. Ou seja, para manter toda a estrutura em funcionamento é forçoso que tenha de haver milhares de instituições espalhadas pelo planeta de forma a organizar todo o trabalho envolvido: as instituições bancárias, os institutos de segurança social, repartições de finanças, a própria actividade política, gabinetes de contabilidade...são milhões de pessoas espalhadas pelo mundo inteiro agarrados a computadores a organizarem as complexidades inerentes ao sistema financeiro. No meu entender todas as profissões ligadas directamente com questões financeiras são inúteis do ponto de vista da evolução e desenvolvimento social.

Mas é difícil aceitar essa inutilidade porque nos habituámos a essa realidade. Ou trabalhamos nós próprios em algum desses órgãos, ou simplesmente porque não conseguimos imaginar a sociedade desprovida desse tipo de serviços; para aceitarmos uma realidade diferente primeiro temos de a compreender. E depois de a compreendermos teremos de a desejar.

Todavia, tenho noção que mesmo que fosse dado um potencial curso explicativo de uma realidade sem dinheiro a toda a Humanidade, a maioria não desejaria abdicar do dinheiro. Porque não se trata apenas de conceber intelectualmente como isso seria possível. Existe a componente do Ego humano. E eu sei que não estamos ainda preparados para aceitar a verdadeira igualdade entre os seres humanos.


De qualquer forma é possível, pelo menos, entender o problema em termos racionais; vamos tentar idealizar como poderá funcionar uma sociedade sem dinheiro:


Imagine que aquelas profissões que destaquei acima desapareciam todas. Que não existe mais dinheiro de qualquer tipo, nem créditos...nada! O que acha que aconteceria à nossa civilização?...Caos?...Um colapso?

Antes de mais permita-me lembrá-lo que nós já vivemos no caos. E por este andar já não deve faltar muito para um colapso - e estamos dentro de um Sistema Monetário.

Temos primeiro de entender que há profissões dentro de qualquer comunidade, sociedade ou civilização planetária que hão-de sempre existir. Não dependem do dinheiro. As actividades ligadas ao sector primário como a Agricultura, Pesca ou Pecuária; indústrias produtivas, fábricas, comércio, Ensino, Justiça, polícia, médicos, cientistas. E até uma classe de pessoas instruídas com capacidades de liderança serão necessárias numa Sociedade Sem Dinheiro (S.S.D). Mas por favor, não os chamemos "políticos". A "Política" é conceito feio, sujo, que foi contaminado no Sistema Monetário (S.M) por toda a espécie de crimes e corrupção que possamos imaginar. Numa S.S.D só os mais competentes e sensatos seriam dignos de ocupar um lugar de governantes...ou líderes que soa melhor.

Nessa nova sociedade, tendo em conta que milhões de cidadãos ficariam aliviados dessas profissões inúteis, haveria muita gente disponível para se dedicar às verdadeiras actividades que uma sociedade precisa no que concerne ao desenvolvimento. Haveria muito mais gente para se dedicar à preservação ambiental, tratar das florestas, Agricultura, animais, Indústria alimentar...pensemos no seguinte: o que é que nós seres humanos precisamos de facto para ser felizes? A primeira coisa que me surge à cabeça é Liberdade ou Amor, mas nós também precisamos de comer, de lazer e divertimento. Na minha ideia isso tudo pode ser obtido com abundância desde que o dinheiro seja colocado fora de perspectiva - porque o dinheiro permite que os mais abastados tenham em demasia, enquanto os pobres sejam colocados em modo de sobrevivência.

Numa S.S.D todos teriam alimento em abundância porque toda a gente, que neste momento está "amarrada" às profissões parasitas que nos escravizam, iria ser integrada no sistema produtivo alimentar em alguma das vertentes. Mas claro que haveria outras actividades que sofreriam uma expansão espectacular, como o teatro, cinema, música, dança, pintura, literatura - seria o sonho de qualquer artista. No actual modelo social, quantos daqueles milhões de coitados que estão a sofrer agarrados ao computador ou a contar moedas nas portagens, gostariam de estar a fazer outra coisa qualquer que os deixassem mais felizes?...a exercer actividades de acordo com as suas potencialidades?

Milhões provavelmente é um número demasiado pequeno.


Alguém me soprou ao ouvido: "Mas se deixar de existir dinheiro, qual é o incentivo para as pessoas trabalharem?"



QUAL SERÁ O INCENTIVO?



O problema é precisamente esse. Até agora o incentivo para as pessoas trabalharem tem sido o dinheiro. Eu escolho uma determinada profissão porque a comida não é gratuita, para comer preciso de dinheiro, e para isso preciso de obter um salário - vou repor produtos no supermercado. Entretanto, passados uns meses, um amigo diz-me que conhece alguém que está a precisar de uma pessoa honesta e responsável para trabalhar como segurança num banco...então lá vou eu todo contente ganhar duas vezes mais dinheiro. Mas fico todos os dias em pé 12 horas a olhar para as paredes e fazer cara de mau para os clientes. Às tantas o tédio torna-se insuportável e penso que era mais feliz a por produtos nas prateleiras - irei regressar ao trabalho antigo para receber metade do salário?...Ou aguentar este sofrimento mais um tempo?


Este é o dilema em que vive uma grande parte da raça humana: escolhemos profissões por razões financeiras, e não pela satisfação que elas nos proporcionam. O resultado é que as pessoas não estão colocadas nas áreas da sua vocação ou competência. Não são felizes. Têm apenas um conforto psicológico ao saber que no fim do mês irão receber algum dinheiro. E isso não é felicidade. Felicidade é estarmos felizes no dia à dia com aquilo que estamos a fazer no momento.


Depois há uma ideia preconcebida de que o ser humano é preguiçoso por natureza. Os adeptos desta ideologia são os principais defensores do Sistema Monetário, daí acharem que tem de haver obrigatoriamente um salário e que os produtos tenham todos de ter um preço - o grande argumento é que, não havendo dinheiro com tudo gratuito sem controlo, ninguém quereria trabalhar e logo haveria açambarcamentos generalizados nas lojas.


Permitam-me discordar e dar-lhe um vislumbre de outra realidade:


Embora essa ideia possa ter alguma lógica porque estamos profundamente enraizados no Sistema Monetário, eu acho que o ser humano não é indolente por natureza . Além de termos um cérebro diferente dos animais, somos portadores de um espírito que anseia por experiências novas e conhecimento. Não somos estáticos. Então, acredito que se transitássemos para uma S.S.D aconteceria precisamente o contrário - haveria um ímpeto renovado para trabalhar. Basicamente porque as pessoas começariam a ser colocadas nas áreas da sua respectiva vocação. Tão simples quanto isso.

Se as pessoas hoje parecem se esquivar ao trabalho não é por serem naturalmente indolentes - isso é mais um falso paradigma promovido pelos "Iluminados". A razão é porque são "empurradas" para profissões chatas, sem sentido e que as escravizam. E assim, num estado de desânimo e stress acabam por fingir doenças ou usarem outras estratégias para fugir ao trabalho. Mas no fundo é a falta de incentivo, proporcionada pelas próprias características do trabalho, que a repele.

Além disso também teremos de entender que existe uma tremenda versatilidade nas capacidades dos seres humanos. Não existindo dinheiro, as pessoas basicamente iriam desempenhar funções de acordo com os seus talentos inatos. O dinheiro não pode ser o incentivo. Aquela pessoa que gosta de por as mãos na terra e plantar irá sempre fazê-lo de qualquer maneira. Assim como o pintor, o construtor, o mecânico, o electricista, o técnico de informática, o médico ou qualquer outra profissão considerada útil; já reparou que todos os trabalhos úteis são aqueles que as pessoas gostam de fazer?...Portanto, os seres humanos têm sim, talentos, e gostam de contribuir para a sociedade onde estão inseridos.


Em relação ao açambarcamento generalizado que remete para aqueles cenários de pilhagens dos filmes, também tenho de dizer que discordo em absoluto. O medo dos apologistas do Sistema Monetário (S.M) é que o dinheiro é um modo de organizar, controlar e limitar o acesso descontrolado dos cidadãos aos produtos. E que se ele não existisse, as pessoas enlouqueceriam e invadiriam as lojas como se fossem animais irracionais - a meu ver estamos diante de mais um mito que não está a contemplar todo o cenário.

Antes de mais convém lembrar que os açambarcamentos já acontecem no contexto do S.M nas mais variadas circunstâncias: por exemplo, quando anunciam baixas de preços estonteantes como o recente "Black Friday", assistimos a avalanches de consumidores a entrarem pelas lojas adentro na ânsia de conseguirem adquirir o máximo de produtos a baixo custo. Quem já viu imagens decerto fica chocado com o comportamento humano, onde até são capazes de matar o seu semelhante; outra situação também foi testemunhada por todos quando anunciaram os confinamentos compulsivos derivado da pandemia COVID-19 - inacreditavelmente muito bens de primeira necessidade entraram em total ruptura como foi o caso do papel higiénico ou do álcool. Portanto, basta uma alteração de preços ou uma epidemia para desencadear o caos no comportamento relativo ao consumo.


Mas há outras evidências que demonstram na prática que o S.M, em si mesmo, é vulnerável para que se cometam injustiças e açambarcamentos sem ética - o poder de compra. Um indíviduo rico egoísta por exemplo, ninguém o impediria de chegar a um supermercado e comprar 90% do stock em água mineral num período de falta de água, não é?...Não existe ética. Como ele tem dinheiro, antecipando-se aos outros consumidores, agarra em 100 garrafões de 5 litros de água e faz-se à vida. Do ponto de vista do vendedor, o lucro está sempre garantido. O que interessa se o dinheiro vem de 50 pessoas ou de uma?

Ah, pois e tal!... Também ouvi falar numa ética empresarial onde as empresas deveriam limitar as vendas por pessoas em épocas de crise. Por experiência própria, testemunhei tipos desesperados a encherem os carros com papel higiénico sem qualquer restrição; naquele período negro de Março de 2020 estive duas semanas sem conseguir comprar um mísero rolo de papel.


Paradoxalmente, a partir do momento em que o dinheiro fosse retirado da equação, poderíamos assistir a um cenário completamente oposto ao do esperado. É uma questão sensível, repare: você tem dinheiro no bolso, chega ali à bancada das tangerinas e vê que elas estão a um preço extremamente atraente. Então num impulso, porque pode, tem o poder da compra. Enche o saco com 3 quilos e vai para casa orgulhoso com a sensação que fez um excelente negócio. Mas passados 15 dias repara que só consumiu 1 quilo e acaba por deitar a restante quantidade apodrecida para o lixo - a isto chama-se desperdício; a lição a retirar é que o poder de compra do cidadão em relação com os jogos de preços dos empresários, induz a sentimentos de medo e ansiedade que resultam nesse tipo de comportamentos na altura de se adquirir produtos.

Agora, se não há dinheiro...não há preços. Você tem ali à sua frente uma quantidade imensa de tangerinas ao seu dispor. Não existe qualquer sensação de poder de compra, qual será a sua atitude?...Irá retirar 3 ou 4 quilos à toa?...

Julgo que não. Acredito que a partir do momento em que a sensação de ter poder de compra desaparece, também desaparecem as ânsias e os temores que os produtos acabem. Nessa altura haverá um aumento exponencial de consciência na raça humana que fará com que quando chegarmos à bancada das tangerinas, não pensemos só em nós. O dinheiro contribuía para isso - para o egoísmo. Inexistindo, começaremos a pensar mais nos outros: "Se só necessito de 1 quilo para quê tirar o triplo?" - há assim uma noção de que o desperdício estará a privar alguém da comunidade. A isto chama-se consciência. Não querer conviver com aquele sentimento embaraçoso...vergonha ou remorsos de prejudicar o nosso semelhante. Foi por isso que falei do paradoxo: no momento em que posso tirar todas as tangerinas que me apetecer, é também o momento em que esse desejo estranhamente se dissolve.



continua...

PEDRO POÇAS - 10/12/2020

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